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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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VIVÊNCIAS E EXISTÊNCIAS ATIVAS DE PESSOAS DE GÊNERO E SEXUALIDADE PERIFÉRICOS VISIBILIZADAS PELO JORNAL IMPRESSO FOLHA DE S. PAULO

Autores:
Richard Fernandes de Oliveira (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo:

Este trabalho se constrói a partir dos resultados de um aspecto da primeira etapa do projeto Representação e visibilidade de gênero e sexualidade periféricos na imprensa hegemônica brasileira, que objetiva a investigação aprofundada de como pessoas de gênero e sexualidade dissidentes recebem visibilidade na imprensa dominante do Brasil. O corpus foi constituído de notícias dos anos 2001 a 2017 sobre o grupo populacional tematizado, publicados pela Folha de S. Paulo, jornal diário brasileiro de maior circulação e tiragem dos últimos 13 anos. A pesquisa quantificou, descreveu e interpretou elementos contextuais potencialmente capazes de dar acesso às vivências ativas desses atores sociais, a fim de compreender a construção de sentidos criada pelo jornal a partir dessa visibilidade. Para sustentar teoricamente tal investigação, mobilizamos pressupostos da Análise Crítica do Discurso, seguindo os enfoques feitos pelos linguistas Teun van Dijk (1996) e Norman Fairclough (2003), levando à reflexão sobre o papel da linguagem como elemento constitutivo das práticas sociais. Registramos 190 notícias, que foram submetidas à análise quantitativa em cada edição coletada do jornal. Analisamos macrocategorias de análise da visibilidade do texto jornalístico impresso; dentre elas, debruçamo-nos, para este trabalho, sobre a ocorrência dos anos e meses em que tais textos foram publicados. Elaboramos uma análise interpretativa dos resultados coadunada a um olhar sobre a conjuntura social da qual os textos analisados são parte. Ao fim da verificação, chegamos às seguintes conclusões: o jornal Folha de S. Paulo possui alto grau de negligência aos indivíduos tratados nesta pesquisa; os anos de 2014, 2015 e 2017 apontam mais ocorrências: 27, 23 e 24, respectivamente; quanto aos meses, maio e junho somam mais casos: 23 e 49, seguindo a ordem. Interpretando esse último resultado, percebemos que a Folha apresenta uma quantidade significativa de notícias no mês em que ocorre a Parada LGBT de São Paulo.


Agência de fomento:
CNPq