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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


GESTOS DE EDIÇÃO NA DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO: INJUNÇÕES E RESISTÊNCIAS NA LÍNGUA

Autores:
Carla Barbosa Moreira (CEFET-MG - CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS)

Resumo:

Esta proposta pretente analisar o modo como, nas políticas de Divulgação ‘Científica’, circula um já posto que se conta sobre a linguagem científica, ou sobre a língua legitimada para escrever e divulgar ‘ciência’. Se, tomadas, contudo, em suas condições materiais de existência, vamos também compreender, no discurso da/sobre a ciência, como as ‘políticas científicas’ (Guimarães 2003), as políticas de Divulgação do Conhecimento (Orlandi, 2004), nos conduzem a uma problematização das políticas de língua a partir de ‘gestos de edição’, que a fazem (re)significar e fazem significar de diferentes modos os espaços enunciativos e a constituição de subjetividades na produção e circulação dos saberes. Nessa direção, questiona-se o modo como, pela tecnologia, ‘gestos de edição’ funcionam mediante injunções e resistências a essas políticas que institucionalizam e determinam a forma de divulgar conhecimento e a “língua de” divulgação. A análise incidirá tanto no discurso das políticas e gestos de edição na divulgação do conhecimento da Enciclopédia audiovisual virtual de termos, conceitos e pesquisas em Análise do Discurso e áreas afins (Mariani 2016), quanto em outras políticas e gestos de edição, como Pinte of science, Pitch e podcasts. Dito de outro modo, não se trata de pensar a edição enquanto delimitação de tamanhos espaços, palavras e dimensões dos textos, pelo que pode e não pode – ser dito – enquanto ‘adequação’ técnica, mas, de uma perspectiva discursiva (Pêcheux 1975; Orlandi 2004), propõe-se a analisar a materialidade dos gestos de edição na língua, fazendo-a significar a partir da produção de subjetividades e na sua injunção à história.