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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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ECOS DA ORALIDADE NA ESCRITA: O APAGAMENTO DO /R/ EM FINAL DE VERBOS NO INFINITIVO EM REDAÇÕES DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Autores:
Sabrina Evelyn Cruz Oliveira (UNIR - Fundação Universidade Federal de Rondônia)

Resumo:

Esta pesquisa de iniciação científica tem como objetivo analisar, sobretudo a partir de modelos teóricos de base gerativa e refletindo sobre a variação linguística, fenômenos fonéticos-fonológicos encontrados em textos de discentes do Ensino Fundamental II de instituições de ensino de Porto Velho (RO). Para esta apresentação, pretendemos analisar o fenômeno de apagamento do /R/ em final de verbos no infinitivo, observando a influência da oralidade na escrita desses alunos. A pesquisa reuniu 50 redações de estudantes do 6º ano de uma instituição pública da cidade, todas coletadas obedecendo aos preceitos éticos para pesquisas científicas. Através do levantamento e da quantificação dos dados, observamos que houve 63 ocorrências de apagamento do rótico em verbos de 1ª, 2ª e 3ª conjugações, como “pensar”, “beber” e “sentir”, o que comprova a influência de uma pronúncia desses verbos com apagamento do /R/ final. Esse fenômeno pode ser condicionado por fatores linguísticos e extralinguísticos, tendo em vista que algumas variedades do português suprimem os /R/ em fim de verbos, mas os mantêm em não-verbos, como “sabor” e “horror”. Essa pronúncia deixou de ser considerada estigmatizada, e passou a ser reconhecida pelos pesquisadores como uma das possíveis pronúncias dos verbos portugueses (CALLOU, MORAES e LEITE, 1998). O apagamento do rótico é comum principalmente quando se trata do alofone [h] – fricativa glotal desvozeada –, variante frequente na região investigada. A posição de coda final favorece o apagamento na fala, que pode induzir a desvios ortográficos, afinal, os alunos de 6º ano ainda estão em processo de desenvolvimento e amadurecimento da escrita. Assim, os resultados preliminares desta pesquisa apontam que fatores linguísticos e extralinguísticos podem condicionar a ocorrência deste apagamento na escrita dos estudantes. Esperamos, portanto, com este estudo, contribuir para a reflexão sobre a relação entre a fonética, a fonologia e a escrita.


Agência de fomento:
CNPq