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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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A evolução do uso das conjunções no livro didático de 2003 a 2017

Autores:
Maria Marlene Marcon (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná)

Resumo:

Selecionam-se atividades com as conjunções coordenativas da coleção Português: linguagens, Ensino Fundamental, de 2002 a 2017, cujos recursos linguísticos emergiam da própria gramática da língua e que, mesmo assim, foram propostas ao aluno como sendo a reprodução de estruturas distanciadas da língua de uso. O encaminhamento difere dos princípios sugeridos nas pesquisas linguísticas voltadas para a avaliação do funcionamento das conjunções, que recomendam um olhar sobre os níveis semântico e discursivo. Vistos dessa forma, tais mecanismos assumem diversos matizes e sua caracterização é relacionada às diversas orientações argumentativas, acionadas para cumprir intenções do locutor. Para abordar esse aspecto semântico no ensino das conjunções foram considerados, por exemplo, estudos de Ducrot (1988), para quem um ponto de vista é argumentativo se existem marcas que orientam esse ponto a uma conclusão e se essa conclusão convoca um princípio argumentativo, na medida em que permite operar uma escolha entre os caminhos, que vão do argumento a uma conclusão. A noção tradicional, por sua vez, exerce, na obra, efetivações de segmentos, que, muitas vezes, leva a distorções, como alguns dos casos encontrados. a): condenação do e em inicial de frase, bem como sua função; b) desconsideração da disjunção com a mesma estrutura das condicionais; c) abordagem superficial das estruturas explicativas quando se confundiam com as orações subordinadas adverbiais causais ou se mesclavam com as conclusivas; d) ausência de abordagem em relação ao efeito de estruturas semelhantes; e) preferência pela classificação tradicional.