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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O padrăo entoacional de frases declarativas e interrogativas enunciadas por idosos: uma análise fonológica

Autores:
Maria Lúcia Ferreira dos Santos (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Josivane do Carmo Campos (UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo:

Durante o processo de envelhecimento, o ser humano sofre muitas alterações em seu organismo devido à deterioração que o tempo promove em seus sistemas e aparelhos, como dificuldades de locomoção, problemas de visão, de audição e dificuldade de comunicação. Essa última decorre não somente da decomposição do sistema fonador, mas de outros fatores como a ausência de dentes e problemas no sistema nervoso. Assim, as dificuldades mais observadas nesse processo se referem à prosódia e à entoação da fala, pois, com a decomposição do aparelho fonador, o idoso perde o ritmo, a frequência e a intensidade da fala, o que acaba por torná-la mais lenta em comparação à fala de pessoas mais jovens (PINHO, 1998). No entanto, observarmos que uma parcela considerável das investigações voltadas para o estudo da Fonologia Entoacional contempla, na maioria das vezes, colaboradores com idades de 18 a 30 anos; 20 a 45 anos; 24 a 49 anos; 40 a 50 anos, e não da faixa etária de 65 anos em diante. Por essa razão, objetivamos, com este trabalho, investigar e comparar padrões entoacionais em frases declarativas e interrogativas totais, produzidas por falantes idosos, com resultados de investigações realizadas por outros estudiosos quanto às demais faixas etárias. Para tanto, a análise é estruturada a partir do quadro teórico da Fonologia Entoacional, segundo a proposta de Ladd (2008), abordagem que se insere na linha de análise da entoação em níveis de altura tonal inaugurada por Pierrehumbert (1980). Para a análise acústica dos dados coletados, utilizamos o Programa de Análise de Fala PRAAT. Os resultados da presente pesquisa evidenciam que em sentenças declarativas a curva melódica é descendente; e em sentenças interrogativas, é ascendente, confirmando, portanto, resultados já apresentados por Moraes (2008); Vigário e Frota (2003), Tenani (2002), dentre outros, que analisam a entoação do Português Brasileiro.