Em 07 de janeiro de 1866 publicava-se, na capital do império, o primeiro número d’O Apóstolo, periódico religioso, moral e doutrinário, consagrado aos interesses da religião e da sociedade. Em uma época fortemente marcada pelas ideias de moralização e disciplinamento da sociedade, ideias tão presentes nos discursos dos médicos higienistas, a referida folha surge com a “missão sublime e indeclinável de guiar os povos pela senda do dever”. Para cumprir seu objetivo, valia-se da mesma estratégia da imprensa comercial, oferecendo aos leitores “ficção em fatias” no rodapé da página. Ao longo de 35 anos de circulação, os leitores encontravam em suas páginas uma gama significativa de autores de ambos os sexos e de títulos, de origens diversas. Para a comunicação que ora proponho, no entanto, interessa-me apenas as narrativas escritas por mulheres. Meu objetivo é identificar autoria, nacionalidade e gênero narrativo, observando as predominâncias, assim como a presença de produções brasileiras. Para tanto, além da pesquisa documental, realizarei uma pesquisa bibliográfica, valendo-me de Lilia Moritz Schwarcz (1993), Mônica Yumi Jinzenji (2010), Nelson Werneck Sodré (2010), Marialva Barbosa (2010), Tânia Regina de Luca (2005), Roger Chartier (2011), Robert Darnton (2010), Mary Del Priore (2004 e 2010), Karla Janaína Costa Cruz (2014), dentre outros.