A temática foi escolhida em razão da complexidade dos fatores que envolvem escrita e leitura na era digital, e bem como pelas novas modalidades de cultura e escrita digital que o historiador Roger Chartier delineia. O autor aponta que ao resgatar o histórico da escrita é possível compreender os significados e efeitos das rupturas que implicam o uso das novas modalidades de composição, difusão e apropriação da escrita. Após a Revolução Industrial, que substituiu o trabalho manual pela maquinaria, o mundo passou por uma combustão tecnológica, acentuada nas últimas décadas. Assim, esse acontecimento gerou intensas modificações tecnológicas, que atingem os mais variados setores. Os textos que só poderiam ser lidos impressos, hoje avançaram rapidamente para telas digitais, alterando o modo de recepção dessas leituras, formando uma modalidade leitora descontínua, de certo modo fragmentada, incitando uma nova relação com o texto. Essa transformação constitui uma mutação epistemológica que transforma as modalidades de construção e de créditos dos discursos do saber. Convém salientar que este estudo se baseia em Sacristán (2007) no que se refere ao processo de escrita e leitura na escola, bem como nas modalidades de leitores pontuados por Santaella (2007), e como já enfatizado, em Chartier (2002b) que nos aponta as novas modalidades de leitura e escrita.