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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A (não) inserção em uma língua estrangeira: questões identitárias e de subjetivação

Autores:
Juliana de Castro Santana (UNIVÁS - Universidade do Vale do Sapucaí)

Resumo:

Embora grande parte dos estudantes que se propõem a aprender a Língua Inglesa (LI) - discursivizada como língua franca, global ou dos negócios - afirmem, de forma quase unânime, que esta língua é essencial para a inserção no mercado de trabalho e para ascensão social, são poucos os que, de fato, se engajam no trabalho simbólico com a língua inglesa e que se beneficiam das oportunidades que, ao menos imaginariamente, o inglês proporcionaria. Parece-nos que a identificação à formação discursiva que legitima e reforça a necessidade de se aprender a LI, na qual o sujeito de linguagem se insere para enunciar e produzir certos sentidos, não é suficiente para mobilizar e garantir o processo de ensino-aprendizagem desta língua, tampouco para inscrevê-la no corpo do sujeito-aluno, passando a constituí-lo. Ancorados em uma perspectiva discursiva, que leva em conta o equívoco e a contradição inerentes ao sujeito e à linguagem, buscaremos compreender como o sujeito-aluno, sobretudo os de classes sociais menos favorecidas, se inscrevem e se subjetivam a partir da relação que estabelecem com a LI, em particular, e com o ensino, de modo geral, tendo em vista que os processos de identificação e de subjetivação se dão nas/pelas línguas. Em suma, observaremos o modo como a língua estrangeira acontece no aprendiz, deixando marcas em sua subjetividade e produzindo efeitos em suas práticas discursivo-sociais. Como material de pesquisa serão analisados recortes discursivos proferidos no espaço escolar, bem como episódios encenados em sala de aula que deem conta de lançar luz sobre a temática aqui proposta, bem como de impactar o processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira.  A presente pesquisa se insere no grupo de pesquisa interinstitucional, coordenado pela Profa. Dra. Maria José Rodrigues Faria Coracini, intitulado "Vozes (in)fames: exclusão e resistência”.