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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


VARIAÇÃO E ENSINO: desmistificando o preconceito linguístico

Autores:
Rita de Cassia da Silva Soares (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo:

Esse trabalho apresentará os itens lexicais, fruto das respostas dadas à questões do questionário semântico-lexical aplicado a sujeitos de cinco municípios da Região Metropolitana de São Paulo. O propósito é mostrar, na verdade exemplificar, a variedade dos sujeitos da região da grande São Paulo. Os exemplos foram retirados do Atlas Semântico-Lexical da Região Norte do Alto Tietê (ReNAT) - São Paulo. O atlas apresenta os falares, isto é, realizações linguísticas de agrupamentos humanos que podem ser associados a uma realização semântico-lexical própria da região, definida com a escolha de um item lexical. A linguagem reflete e refrata as escolhas de um sujeito que, por sua vez, está situado numa história, num espaço social, numa cultura, esse sujeito é influenciado por outros discursos e expressa suas preferências, escolhas, opiniões, crenças, valores, ideologias sobre um determinado assunto ou objeto. E, também, recorre a uma memória discursiva, que faz parte do interdiscurso. Acredita-se que cada comunidade comporta características e especificidades linguísticas, denotando a identidade histórica e cultural dos sujeitos que se desenvolve, sobretudo nos momentos de interação, dada essa característica, conhecer a variedade linguística de uma comunidade de fala poderá auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de uma língua, desmistificando preconceitos linguísticos, assim o ensino de Língua Portuguesa deve ser associado ao contexto social do falante, ou poderá se afastar da realidade linguística dos discentes, causando-lhes o desinteresse por aprender e, ainda, gerar preconceitos. Pesquisas de Irenilde P. Santos (2012), Adolfo Elizaincín (2002), J. P. Blom e J. J. Gumperz (2002), Teun A. Van Dijk (2012) e Travaglia (2013) fundamentam esse trabalho.