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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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A PERFORMATIVIDADE DO CORPO TRANS À LUZ DA MULTIMODALIDADE EM A PELE QUE HABITO, DE PEDRO ALMODÓVAR

Autores:
Jônatas Henrique da Silva (UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas )

Resumo:

O propósito deste trabalho é analisar, sob a perspectiva da multimodalidade, a performatividade corporal da personagem Vicente, que depois de uma construção corpórea, nomeou-se Vera, na obra cinematográfica A pele que habito (2011), do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. No filme, o diretor mescla estruturas dramáticas, formas estéticas e questões de gênero para desenrolar a narrativa cinematográfica, na qual Vicente é sequestrado pelo cirurgião plástico Robert Ledgard e mantido como prisioneiro em sua clínica-mansão, o El Cigaral. Nesta prisão, a personagem sofre, involuntariamente, inúmeras mutilações corporais, inclusive vaginoplastia, e torturas psicológicas. Vicente, agora Vera, molda-se às violações, além de ter a domesticação de seu corpo diante da vigilância do cirurgião plástico Ledgard. A fundamentação teórico-metodológica deste estudo constitui-se sob um viés transdisciplinar, por meio das categorias analíticas representacionais e interativas da Semiótica Social Multimodal (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996, 2006), que concebe as imagens enquanto recurso para a representação, dotadas da capacidade de demonstrar regularidades culturalmente produzidas, comuns a todos os seres humanos, no processo de construção de significados sociais. Já a análise de performatividades e performances corporais da personagem Vicente/Vera, será embasada pela Teoria Queer, visando investigar os processos sociais enredados à formação dos sujeitos sexuais e gendrados (BUTLER, 1990, 1993, 2007), por meio do conceito de performatividade. Desse modo, pretende-se contribuir no sentido de perscrutar as representações envolvendo as performatividades e performances corporais de protagonistas de identidades transitórias e contingentes no cinema, arena de negociações e disputas com eminente potencial para a desconstrução de discursos heteronormativos, ainda hegemônicos em nossa sociedade.