A par da concepção de que a língua se organiza também conforme  as percepções que temos do mundo, linguística e discursivamente evidenciadas no emparelhamento entre forma e função, por meio das relações de motivações icônicas, o presente trabalho tem como objetivo analisar o princípio de iconicidade no gênero tira em quadrinhos, com a finalidade de perceber como os subprincípios de (quantidade, proximidade e ordenação linear) dessa categoria de análise influenciam para a construção de sentido.  Isso porque não trata-se de um mapeamento arbitrário de ideias para enunciados, porque o sujeito antes de materializar seu pensamento linguisticamente, ele o organiza cognitivamente, tendo como parâmetro as adequações do plano discursivo (pragmática) e linguístico-textual (sintaxe e semântica). Para tanto pautamo-nos na visão funcionalista, especificamente, na Linguística Funcional Centrada no Uso, pois defendem que os sujeitos buscam no discurso as motivações para a utilização da língua e não o inverso. Para subsidiar nossa análise, utilizamos como aportes teóricos os postulados de Givón (1984), Votre (1997), Martelotta (2003), Furtado da Cunha e Bispo (2013).  A análise desse princípio foi realizada no gênero tira em quadrinhos e a escolha desse material se deu por acesso a uma amostra que já estava coletada e que fez parte do corpus de uma Dissertação do PPGL/UERN (OLIVEIRA, 2012), ele foi coletado em 2011 no site www2.uol.com.br/laerte/. Os resultados da análise puderam mostrar que os usos linguísticos, que atuam na morfossintaxe do gênero tira em quadrinhos, se sujeitam à motivações icônicas que dão correspondência às formas e codificações linguísticas, ou seja, na materialidade construída nessas tiras é possível perceber as motivações que levaram o produtor desse texto a construí-las daquela maneira para conseguir determinados objetivos, principalmente, relacionados ao humor e à caracterização de síntese do gênero.