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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


SUBJETIVIDADES EM MEIA PATA DE RICARDO DANTAS

Autores:
Beatriz Ferreira Salles Freire (UFRR - Universidade Federal de Roraima)

Resumo:

O ser humano é o primeiro e único animal que registra sua própria história (DERRIDA, 2002) e, desde o surgimento das primeiras narrativas humanas, indo dos pictogramas nas paredes das cavernas até o surgimento dos gêneros literários, notamos a presença dos animais inumanos. Com isso, surgem também os questionamentos sobre esses seres e suas (des)semelhanças com os humanos, e uma crítica do ser humano tendo como suporte o animal.

Segundo Benedito Nunes (2011), o homem se define pelo que nele não é bicho, isto é, pensar na conceituação de sujeito implica pensar nas características que os aproxima/distancia dos outros animais. Logo, há relativa complexidade na representação dos animais na literatura, pois, implica em um jogo de identificação, no estabelecimento de determinadas fronteiras do que é humano e do que é animal e de como os dois passam a se confundir ou até mesmo a se “fundir”. Mesmo os animais sendo considerados o oposto ao homem, eles são, ao mesmo tempo, uma espécie de simbolização do próprio homem, visto também como símbolo ancestral de força e transcendência, ser mítico ou metáfora.

O objetivo da pesquisa é abordar as noções de alteridade na obra de Dantas (2013). Para isso serão apresentadas as noções de devir, de Delleuze e Guattarri, em Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia (1997) estabelecendo pontes, de forma rizomática, com o fenômeno de antropomorfismo, isto é, o processo de humanização na literatura e, consequentemente, os significados habitualmente atribuídos aos animais. Este é visto como fim de um processo profundo na ideia de outro. Discutir ainda acerca as concepções de nominalização, alteridade e subjetividade a partir de Derrida pautando-nos, principalmente, na obra O animal que logo sou (A seguir) (2002)


Agência de fomento:
UFRR