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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Revisitando a área do Falar Baiano (NASCENTES, 1953): designações para "feitiço" com base em dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil

Autores:
Silvana Soares Costa Ribeiro (UFBA - Universidade Federal da Bahia)

Resumo:

Trata-se de apresentação de resultados de pesquisa vinculado ao Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB). O corpus deste trabalho foi constituído a partir dos dados coletados através de um segmento do Questionário Semântico-Lexical (QSL), área semântica religiões e crenças, designações obtidas como resposta à pergunta 149, assim formulada: “O que certas pessoas fazem para prejudicar alguém e botam, por exemplo, nas encruzilhadas? (COMITÊ NACIONAL..., 2001, p. 33). O trabalho traz um estudo léxico-semântico de perspectiva onomasiológica. Busca-se revisitar a área do Falar Baiano apresentado por Nascentes (1953) e descrito por Ribeiro (2012), desta feita com descrição de outro item presente no QSL. A amostra foi constituída de inquéritos coletados na Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Relacionam-se os dados em estudo em Sergipe, Alagoas e Pernambuco (RIBEIRO, 2018) com os obtidos por Oliveira (2016), que pesquisou o Estado da Bahia, retratando-se as subáreas existentes dentro da área do Falar Baiano. No que se refere à metodologia, segue-se aquela prevista no Projeto ALiB: os informantes pesquisados são de ambos os sexos e de duas faixas etárias. Quanto ao grau de escolaridade, estão organizados em 2 perfis: a) ensino fundamental incompleto (interior e capitais); e b) nível universitário (apenas nas capitais). A pesquisa fundamenta-se nos princípios da Dialetologia e da Geolinguística Pluridimensional. No que se refere aos resultados obtidos, as principais variantes registradas foram: bozó, bruxaria, catimbó, despacho, ebó, feitiço (feitiçaria), macumba (macumbaria) e trabalho. Na comunicação, tais variantes estão descritas do ponto de vista do registro em obras lexicográficas bem como do ponto de vista da difusão pela área geográfica estudada. Para divulgação dos resultados obtidos, apresentam-se cartogramas/mapas temáticos através dos quais se observa a distribuição das ocorrências pela área do Falar Baiano e discutem-se as possíveis determinações de subáreas dialetais.