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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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Representações femininas em livros infantis: submissão ou protagonismo?

Autores:
Alzira Sampaio Porto (UNB - Universidade de Brasília)

Resumo:

O objetivo deste estudo é investigar em livros de literatura infantil, adequados a crianças que estão no Ensino Fundamental I, como escritores representam as mulheres. Nesse sentido, pretende-se observar se a representação das personagens femininas é construída em torno de um ser inferior, submisso e sem participação na produção de conhecimento, se enclausurada no ambiente doméstico ou não. Além disso, objetiva-se indagar quais as marcas hegemônicas tais personagens carregam consigo, e, por fim, se legitimam ou refutam os papéis tradicionais de gênero. Isso porque os livros, mesmo os infantis, veiculam valores, ideologias e crenças, contribuem para a compreensão do mundo, desenvolvem o pensamento crítico e são importantes para a construção de identidades. Nesse sentido, as leituras oferecidas às crianças nessa idade podem ser caminhos que as conduzirão a questionar, construir conhecimento e transcender limites, preconceitos e paradigmas – além de proporcionar uma representação feminina que pode influenciar futuras posturas diante da vida. Importa destacar que o aporte teórico-metodológico aqui utilizado centra-se na Análise de Discurso Crítica (ADC), na vertente britânica, levando-se em consideração os estudos de gênero, uma vez que, sendo a ADC uma ciência transdisciplinar, dialogar com outras áreas do conhecimento redunda em uma compreensão mais robusta do fenômeno em estudo. Vale ressaltar que para a ADC, discurso é tão importante que pode mudar práticas sociais e vice-versa. Dessa feita, a importância dos discursos veiculados nos livros infantis repousa sobre a potencial influência que pode ter na concepção de mulher que as crianças adotarão em suas vidas. Para a análise, utilizam-se também, como suporte, conceitos oriundos da Crítica Literária Feminista. Uma análise, ainda preliminar, aponta para a legitimação de crenças que posicionam as mulheres em um degrau inferior ao masculino.