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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


ESTÁGIO II – A ação didática em espaços não formais de ensino: agência social e transformação pedagógica

Autores:
Márcia Regina Mendes Santos (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UNEB - Universidade do Estado da Bahia )

Resumo:

Este trabalho, que resulta da nossa experiência na geração de dados da pesquisa doutoral, em desenvolvimento no Programa de Estudos da Linguagem da UFRN, objetiva descrever e analisar uma experiência no componente de estágio supervisionado II do curso de Letras da Universidade Estadual da Bahia, tendo em vista sua contribuição para a construção identitária profissional docente. Focaliza os projetos de letramento utilizados pelos estagiários na referida disciplina, observando o potencial desses dispositivos na ação didática nas oficinas de letramento por eles desenvolvidas em espaços não formais de ensino e os processos de transformação revelados nesse trabalho docente. Teoricamente, a pesquisa está apoiada nos estudos do letramento de perspectiva etnográfica (STREET, 1984; BARTON, HAMILTON, 1993, 1998; KLEIMAN, 1995, 2000, 2006), nas reflexões sobre o conceito de projeto de letramento, entendido como um dispositivo didático que pode contribuir para o redimensionamento das práticas didáticas e para o reposicionamento identitário do professor (OLIVEIRA, 2008; OLIVEIRA, TINOCO, SANTOS, 2011; OLIVEIRA, 2016) e nos estudos sobre formação e profissionalização docente (NÓVOA, 1995; TARDIF, 2002). Metodologicamente, assenta-se na abordagem qualitativa e interpretativista de pesquisa (MOITA-LOPES, 2006). O estudo sinaliza que a prática dos projetos de letramento aponta para uma mudança de postura acadêmica do professor de Língua Portuguesa em formação inicial, bem como para possíveis ressignificações no processo de ensino-aprendizagem da língua materna, uma vez que os projetos de letramento estão sistematicamente associados à noção de problema e enfatizam o caráter emancipatório das práticas letradas, além da transformação agentiva dos seus participantes (OLIVEIRA, 2010). O uso desse dispositivo didático possibilita, assim, que o estágio supervisionado II seja encarado como um espaço de investigação, reflexão e de (re) construção de saberes e de identidades.


Agência de fomento:
UNEB