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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
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O FEMINISMO E A CRÔNICA ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: CONTRIBUIÇÕES DE CARMEN DOLORES E PITTY

Autores:
Jaiane Beatriz Cavalcante dos Santos (UFAL - Universidade Federal de Alagoas)

Resumo:

O feminismo despontou sob nuances diversas, durante os períodos da história da humanidade. Embora pareça recente, tomava corpo desde os primeiros questionamentos realizados acerca da desigualdade existente entre os direitos conferidos às mulheres e aos homens. Este trabalho, de caráter bibliográfico e qualitativo, fruto do projeto do PIBIC Navegando entre jornais, blogs e mulheres: contribuições femininas para a crônica, sob orientação da Professora Dr. Karla Mendes, objetiva analisar duas crônicas que ponderam sobre o espaço do feminino na sociedade, escritas por duas mulheres em épocas e contextos distintos. Um desses textos foi publicado na coluna A Semana, do jornal O Paiz, em 04 de junho de 1905, de autoria de Carmen Dolores - um dos pseudônimos de Emília de Mello - escritora brasileira do século XIX. Essa crônica origina sagazes reflexões em relação à valorização/desvalorização da intelectualidade feminina que, naquele momento histórico, era desprezada. A outra crônica, The F Word (2016), disponível no blog Agora é que são elas - página criada na Folha de S. Paulo com o intuito de postar textos produzidos por diversas mulheres, acerca de acontecimentos corriqueiros sob o olhar feminista - foi redigida por Pitty, cantora e compositora contemporânea. The F Word aponta “pegadas” para a consolidação de uma definição do feminismo e se estabelece como uma voz de apoio às leitoras que ainda sentem medo de se afirmarem como militantes dessa causa. As duas crônicas, apesar do longo distanciamento temporal, tocam em uma temática essencial à contemporaneidade. Nesta análise, apreciamos e discutimos o feminismo como linha que interliga esses dois textos e dedicamos atenção aos aspectos que compõem cada tessitura textual. O aporte teórico baseia-se em Virgínia Woolf (s/a), Simone de Beauvoir (1991), Hellmann (2015), Hollanda (1994) além de estudos sobre o gênero crônica como os de Cândido (1992), Laurito e Bender (1993) e Portella (1984).