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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Preconceito linguístico na rede e fora dela: avaliações de fenômenos variáveis do português brasileiro por alunos do Curso de Letras

Autores:
Caroline Carnielli Biazolli (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

Resumo:

Dentre os cinco princípios empíricos estabelecidos para a Teoria da Variação e Mudança Linguísticas (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006[1968]), este estudo considera, especialmente, aquele relacionado à avaliação de variáveis linguísticas. Ao atribuir prestígio ou estigma a uma variante, conforme se identifique com ela ou a rejeite, o falante é o responsável por agilizar ou deter qualquer mudança linguística. A avaliação subjetiva, portanto, pode ser determinante para o percurso da história de qualquer língua. Objetiva-se, aqui, mensurar as avaliações e atitudes linguísticas de alunos ingressantes do Curso de Letras, em uma IES pública, sobre fenômenos variáveis de diferentes naturezas (fonético-fonológica, morfológica, sintática, semântica, pragmática, etc.), mediante a aplicação de um teste subdividido em três partes, antes mesmo de esses discentes terem contato com a disciplina nomeada de “Variação e Mudança Linguísticas”, ofertada no primeiro semestre do curso. A primeira parte do teste se refere à apresentação aos alunos de um meme, extraído da rede social Facebook, com a seguinte questão: “Qual erro de português te irrita profundamente?”, para que, logo em seguida, respondam a essa pergunta. A segunda parte corresponde à reunião dos fenômenos variáveis mais “irritantes”, segundo os comentários dos internautas, com o intuito de que os informantes do teste os julguem também. Neste ponto, a partir de análises quantitativas, com o auxílio do R (CORE TEAM, 2017), analisam-se comparativamente os resultados observados na rede social e fora dela, a fim de que os casos de preconceito linguístico averiguados sejam discutidos e, ainda, as apreciações feitas dos fenômenos sejam examinadas em termos de possíveis correlações. A última parte do teste diz respeito a uma análise qualitativa, já que verifica o que esses mesmos alunos entendem por variação e preconceito linguístico. Para a construção do presente teste, esta pesquisa se baseou em adaptações dos estudos de Lambert (1967) e Cyranka (2007).


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CNPq