Os surdos brasileiros embora tenham a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua, o processo educacional desses sujeitos demanda também a proficiência na Língua Portuguesa na modalidade escrita, visto que é a língua dos negócios e dos documentos oficiais no Brasil. Mas além disso, para eles, a aquisição de conhecimentos das diversas áreas do conhecimento perpassa pelo português. Partindo desse pressuposto, buscamos nesse trabalho analisar fatores extralinguísticos que exerçam influência no âmbito da educação dos surdos, como as relações de poder dessa língua, e/ ou sua dominância em relação ao povo surdo, e até que ponto ele pode servir como instrumento de desprestígio ou de exclusão dos mesmos. Os parâmetros que norteiam a análise de suficiência nessa língua pelos sujeitos surdos como a noção de acerto e erro também serão problematizados. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica baseada em teorias que compreendem o processo de aquisição de primeira e segunda língua, a saber (Lane, 1992; Quadros, 2004; Strobel, 2008; Skliar, 1997; Sacks, 2010), em políticas públicas de acessibilidade linguística e educacional de surdos (Brasil, 1996/ 1998/ 2002/ 2005/ 2014), e em propostas educacionais que privilegiem o ensino de português como segunda língua. Os resultados serão posteriormente apresentados em forma de artigo.