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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A semiótica vai à escola

Autores:
Mariana Luz Pessoa de Barros (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)

Resumo:

Numa sociedade como a nossa, em que as crianças e os jovens, desde muito cedo, tomam parte em interações que envolvem vídeos dos mais diversos tipos, memes, cartazes, animações, anúncios, entre outros tantos textos visuais e sincréticos, já se tornou recorrente afirmar que a escola precisa desempenhar um papel relevante para a formação de leitores/ouvintes e produtores críticos e proficientes desses diversos textos. Fica cada vez mais evidente a necessidade que se impõe, especialmente ao professor de Língua Portuguesa (embora não apenas a ele), de desenvolver atividades voltadas não mais somente ao texto verbal, na modalidade escrita ou falada, mas também aos textos visuais e sincréticos que circulam na sociedade. Acreditamos que a semiótica discursiva pode trazer contribuições importantes para a formação desse professor e, assim, para o trabalho realizado com os alunos nas salas de aula da escola básica. Isso porque é uma teoria que, nascida da semântica estrutural de Greimas, vem se dedicando com afinco, há algumas décadas, ao desenvolvimento de ferramentas teórico-metodológicas para o enfrentamento das linguagens não-verbais. Data de 1985, por exemplo, a obra essencial de Jean-Marie Floch a respeito da semiótica plástica: Petites Mytologies de l’oeil et de l’esprit. Assim, há um acúmulo de reflexões e análises já produzidas, que podem subsidiar o trabalho do professor de Ensino Fundamental e Médio. No entanto, como diversas pesquisas na área já mostraram, essa ponte, entre o conhecimento acadêmico e a realidade escolar, precisa ser pensada com cuidado para que sejam respeitadas as especificidades e os objetivos de cada esfera de atividade. Tendo todas essas observações em mente, a presente comunicação tem como objetivo discutir algumas experiências de ensino-aprendizagem vivenciadas na escola básica, no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, que tiveram como suporte central a proposta teórico-metodológica da semiótica discursiva.