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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


EFEITOS ESTILÍSTICOS SOBRE A CONCORDÂNCIA NOMINAL NA FALA DE VITÓRIA/ES: REMODELANDO A ÁRVORE DA DECISÃO

Autores:
Juliana Rangel Scardua (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo)

Resumo:

O presente trabalho objetiva analisar, com base na Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006[1968]), a influência de efeitos estilísticos sobre a concordância nominal, que pode ser expressa sob a forma de duas variantes no português brasileiro: (1) variante padrão – presença de marcas plurais em todos os elementos flexionáveis do sintagma nominal (todos os documentos); (2) variante não padrão – ausência de marcas plurais em alguns elementos flexionáveis do sintagma nominal (os outros peixe/nesses barzinho novo). Para tanto, aplicamos a Árvore da Decisão (LABOV, 2001) nas 46 entrevistas que compõem a amostra PortVix (YACOVENCO et. al., 2012), avaliamos os resultados e constatamos que a categoria resíduo retém mais de 60% dos dados. Remodelamos, portanto, a árvore laboviana, controlando as ocorrências de narrativas habituais, narrativas vicárias, relatos de opinião pessoal e sequências não narrativas de caráter geral e pessoal. Na análise quantitativa dos dados, usamos o programa computacional GoldVarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005), que forneceu a influência estatística das partes da entrevista. A análise estilística em função dos anos de escolarização indica, de forma geral, um efeito uniforme em direção ao desfavorecimento da concordância nos nós de fala casual para os falantes do ensino fundamental, médio e superior, em conformidade com o previsto na literatura sociolinguística; e efeitos em sentidos diversos nas categorias de fala monitorada e de falas residuais. Desse modo, nossos resultados apontam que a variação da concordância nominal é sensível ao estilo em função do grau de atenção à fala. Além disso, sugerem que os falantes mais escolarizados, exibindo maior diferenciação de pesos relativos, transitam mais estilisticamente do que os menos escolarizados.


Agência de fomento:
CAPES