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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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OS MUITOS NOMES DA MESTIÇAGEM NO BRASIL

Autores:
Maria Helena de Paula (UFG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS)

Resumo:

Os variados estudos sobre a escravidão negra no Brasil, nas muitas áreas do conhecimento, têm apontado suas dinâmicas sociais em conformidade com as épocas, sujeitos e contextos. As tramas históricas desta prática na terra brasilis têm peso na diversidade identidade linguística (e cultural) do povo brasileiro, para muito além da inconteste contribuição dos africanos na constituição do léxico fundamental do português brasileiro. Especialmente o modo como os africanos eram nomeados na terra nova, com nomes que pouco remetiam aos seus de origem se soma à intrincada rede de relações sociais a que foram submetidos na condição de escravizados, bem como a nomeação das transações comerciais, dos documentos de legitimação da sua escravização, dos mais distintos tipos e espécies. Ainda, no modo como eram referidos em documentos considerados oficiais, o que se encontra para recobrir a vasta gama da mestiçagem da qual fazem parte escravos no Brasil é uma mostra de como a mestiçagem recebeu muitos nomes no Brasil. Africano/africana, mina, angola, preto, negrinho/negrinha, pardo, crioulo, cabra, fula, guiné, cassenge, monjolo, escravo/escrava e muitos outros nomes serão tratados neste estudo, que procura embasamento em estudos de História como Paiva e Libby (2012) Moura (2004), Schwarcz e Gomes (2018); em dicionários, como Moraes Silva (1813) ou em pesquisas de viés lexicultural, como Almeida (2017), dentre outros. Por outro lado, unidades lexicais como liberdade, alforria, liberto, livre, forro e alforriado hão de ser sublinhados neste estudo, uma vez que estão intimamente relacionados com as qualidades nomeadas dos mestiços no/do período escravocrata brasileiro. Os itens lexicais a serem apresentados e discutidos resultam dos estudos que temos empreendido na última década sobre a escravidão negra em Goiás, no Laboratório de Estudos do Léxico, Filologia e Sociolinguística (LALEFIL), na Universidade Federal de Goiás.


Agência de fomento:
FAPEG; CAPES