O presente estudo pretende trazer a lume como se deu a ocupação dos sertões pelos colonizadores portugueses e seus descendentes e as expedições missionários dos padres jesuítas no século XVIII, mais precisamente na vila do  Raso, localizada no alto sertão baiano. Intenta-se fazer a edição semidiplomática e o estudo léxico dos inventários de Ireneo Antunes de Oliveira, Padre João Velho Pereira de Oliveira e Leonídia Constantina de Oliveira Lima, escritos pelos primeiros Padres e pelo escrivão Francisco Ferreira da Motta. Os  Inventários integram, respectivamente. Os documentos guardam registros de doações feitas aos primeiros habitantes em 75 anos, datados de 1812 a 1887, com inúmeras referências sócio-históricas. Contém 164  fólios recto e verso, relatos de teor jurídico, sociais, históricos, culturais, geográficas e políticas. A edição semidiplomática levantará dados do léxico da época e da formação sócio-histórica do Português do período que será estudado. As primeiras notícias sobre os que habitavam os Sertões dos Tocós só chegaram ao nosso conhecimento  no final do século XX. Com relação ao sertão, mesmo considerando os avanços, é preciso atentar que ainda requer outras incursões. Visando estudar os aspectos diacrônicos da língua portuguesa, pois conhecer a língua e a cultura de uma época passada, através do texto, nos permite entender as variações desse sistema dinâmico passível de mutações, uma vez que para entender as mudanças ocorridas até o presente é necessário conhecer e avaliar o passado. Neste sentido, foi formulada a seguinte questão de pesquisa: Quais as contribuições da Edição Semiplomática dos Inventários Oitocentistas da Vila do Raso para o estudo do léxico? Pretende-se, primeiramente, editar o documento, adotando os critérios instituídos por Lose (2010) , Queiroz (2007) ,Telles (2006) para os tipos de edição fac-similar e semidiplomática.