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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O insólito em contos de Mia Couto e a constituição do leitor na Educação Básica

Autores:
Ilma Socorro Gonçalves Vieira (CEPAE/UFG - Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás)

Resumo:

O insólito em contos de Mia Couto e a constituição do leitor na Educação Básica

 

Resumo: A produção literária de Mia Couto se ressalta na contemporaneidade, por suas dimensões estéticas, por sua natureza mimética capaz de instaurar uma dinâmica entre o plural e o singular da condição humana, mantendo o vigor da língua portuguesa, em sua contínua evolução. Na contística do escritor moçambicano, o insólito se manifesta de modo a romper com a noção de hesitação – por parte do leitor ou das personagens –, uma vez que, os eventos incomuns parecem não gerar estranhamento nos universos ficcionais estabelecidos. E o leitor, embora tomado pela perplexidade, tende a suspender, no ato da leitura, as noções da realidade objetiva e a aderir, deliberadamente, a esses universos, nos quais a hipérbole propõe perspectivas inusitadas para se perceber o mundo. O insólito se manifesta também na obra do autor, sugerindo intensa ironia frente à realidade resultante das bases históricas de Moçambique, a partir de um olhar sensível em relação aos sujeitos da margem da história daquele país. Com este trabalho, pretende-se discutir a relevância da linguagem literária, especificamente quanto à instauração do insólito, considerando o importante papel da literatura na formação humana e as contribuições dos desafios propostos pela linguagem literária para a constituição do leitor na Educação Básica. As referências são os contos “O não desaparecimento de Maria Sombrinha” e “O coração do menino e o menino do coração”, da coletânea A menina sem palavra: histórias de Mia Couto (2013). As referências teóricas são estudos de Todorov (2008), sobre literatura fantástica, de Schwartz (1981), acerca da instauração do insólito na literatura, e de Antonio Candido (1989), em relação ao direito à literatura e ao papel humanizador que ela cumpre.

 

Palavras-chave: Contos de Mia Couto; Instauração do insólito; Constituição do leitor; Educação Básica.