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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O PARALELISMO ENTRE OS GRAUS DE ESQUEMATICIDADE/PRODUTIVIDADE E A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Autores:
Marcos Luiz Wiedemer (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo:

Esta comunicação se insere em uma agenda de trabalho/pesquisas, que tem por objetivo, em particular, o tratamento da “variação” e de como as abordagens construtivas podem lidar com esse fenômeno. Em outras palavras, focalizamos a configuração de variável linguística numa perspectiva de articulação entre Sociolinguística e Gramática Construcional (cf. MACHADO VIERIA & WIEDEMER, 2018, WIEDEMER & MACHADO VIEIRA, 2018a e WIEDEMER & MACHADO VIEIRA, 2018b). Para tanto, coloco em evidência um problema de ordem teórica e conceitual do eixo forma-função, em que a clássica definição de construção gramatical, que prevê o pareamento entre forma e função, representa apenas uma superfície a que subjaz muitas especificidades de ordem teórica e conceitual. Dessa forma, a partir das acepções teórico-metodológicas de Fried (2010, 2015), que adverte que a estrutura linguística – seja regular ou não – tem valor informativo na língua e, assim, o pesquisador necessita de uma análise “complexa”, que acomode as características dos diferentes constituintes da construção (sintático, morfológico, semântico, pragmático etc.). Assim, a partir de abordagem integrada entre a estrutura interna e a estrutura contextual, lanço mão de uma proposta de integração entre os graus de esquematicidade/produtividade e o tratamento de variação. Com base no processo de categorização das construções, evidencio que a produtividade é em grande parte determinada pelo grau em que a categoria é bem atestada por exemplares semelhantes, o que sugere que o processo de preempção estatística é orientado para a variação, criando um paradoxo entre estabilidade/mudança.