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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Pensamento computacional e formação de professores de língua portuguesa: articulações teóricas e epistemológicas envolvendo letramento digital em cursos de licenciatura

Autores:
Fabiana Diniz Kurtz (UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul) ; Denilson Rodrigues da Silva (URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões)

Resumo:

O contexto educacional tem evidenciado relativa ênfase ao que documentos oficiais preveem no que diz respeito meramente ao “uso” dessas ferramentas em oposição a uma postura mais crítica, que situa as TIC como ferramentas cognitivas, parceiras intelectuais que empoderam os sujeitos. Assim, com o objetivo de constituir um arcabouço teórico e epistemológico em torno da relação tecnologias e educação, com ênfase na formação de professores de língua portuguesa e demais áreas, buscamos articular conceitos até então timidamente apresentados no Brasil, em especial, na área educacional. Conceitos como “pensamento computacional” (WING, 2006), “TPACK” (MISHRA e KOEHLER, 2006), “letramento científico”, “letramento tecnológico”, e “ferramentas cognitivas” (JONASSEN, 2006) foram fundamentais para a constituição do corpus da pesquisa, compilado a partir de artigos, dissertações e teses obtidos no portal de periódicos da Capes e no software de compartilhamento de artigos Mendeley. Resultados preliminares apontam a necessidade de inserir, ainda na formação docente, questões relacionadas não apenas “sobre” o uso das TIC, sob uma perspectiva instrumental, mas sim de modo integrado a tais instrumentos, com respaldo teórico, conceitual e epistemológico que situem a discussão não apenas sob a ótica do mercado de trabalho. O professor precisa, de fato, ser concebido como intelectual e não como agente do mercado de trabalho, e as TIC como instrumentos culturais que, uma vez inseridos no fluxo de atividades humanas, não apenas alteram a cultura e a sociedade, como também os processos cognitivos humanos, que passam a ser diferentes - nem melhores, nem piores, mas diferentes. É papel do professor de língua materna inserir essa discussão em seu fazer pedagógico de modo a auxiliar seus estudantes a significarem aquilo que é secundário, como o uso instrumental dessas ferramentas, e as elevarem a um patamar de abstração cada vez mais necessário a uma sociedade permeada e transformada por tecnologias.