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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
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REFLEXÕES SOBRE A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO DE LEITURA NO DISCURSO MIDIÁTICO

Autores:
Daiane da Silva Delevati (UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA)

Resumo:

Neste trabalho, propomo-nos, como objetivo central da reflexão, a discutir a problemática da divisão social do trabalho de leitura a partir da análise do discurso midiático sobre o Movimento dos Sem Terra (MST), após o afastamento do diretor do Instituto Federal Catarinense – campus Abelardo Luz (SC), ocorrido em agosto de 2017. Para isso, pretendemos explorar as noções de ideologia, formação discursiva, dito e não dito, memória e modalidades de tomadas de posição-sujeito, observando as relações de força no interior de um discurso, no qual o efeito de transparência dos sentidos é construído por meio da rede parafrástica “ligação com” e da preposição “sem”, em um jogo em que o “não afirmado precede e domina o afirmado” (PÊCHEUX, 2010[1969], p. 178). Para tanto, ao longo do texto buscamos responder a seguinte questão: que funcionamentos da noção peucheuxtiana de divisão social do trabalho de leitura se (re)inscrevem no discurso midiático brasileiro e quais são as posições-sujeito que determinados veículos de comunicação assumem na contemporaneidade? Interessa-nos, assim, observar a paráfrase em seus diferentes funcionamentos, desde a mera repetição até o limiar do efeito metafórico, pois compreendemos que, “se o homem é capaz de jogar sobre o sentido, é porque, em essência, a própria língua encobre esse ‘jogo’, quer dizer o impulso metafórico interno da discursividade, pelo qual a língua se inscreve na história” (PÊCHEUX, 2010[1969], p. 58).