Esta comunicação propõe-se a mostrar particularidades do discurso de comunicação da ciência em contexto midiático. Para isso, examina-se o fenômeno linguístico da Responsabilidade Enunciativa (RE) no quadro preparatório da citação em reportagem de divulgação científica dirigida a um público leigo. Especificamente, objetiva-se apontar estratégias de materialização de RE, linguísticas e tipográficas, mobilizadas em duas grandes categorias de análise (1) diferentes tipos de representação da fala e (2) indicações de quadros mediadores, esta última desdobrada nas subcategorias (a) tipo de voz convocada e designação, (b) tipo de discurso relatado, (c) tipo de verbo introdutor de discurso relatado, e (d) tipo de postura e apagamento enunciativo. Fundamentam o trabalho de análise os seguintes linguistas: Adam (2011, 2012); Alrahabi e Desclés (2009), Calsamiglia e Cassany (2001), Calsamiglia e López Ferrero (2003), Desclés (2009, 2016), Desclés e Guentchéva (1997) Guentchéva (1994, 1996), Marnette (2004); Rabatel (2004, 2009, 2010, 2013, 2015, 2016) e Rabatel e Chauvin-Vileno (2006), Thompson e Yiyun (1991). Apresenta-se o resultado da análise  de uma reportagem publicada na revista Superinteressante, como matéria de capa, no ano de 2014. Os dados sugerem que a RE seja um fenômeno que se materializa por determinadas marcas linguísticas e, igualmente, por determinadas escolhas estratégicas do locutor, as quais possibilitam aferição do grau dessa responsabilidade e consequente postura enunciativa assumida por esse locutor, tendo em vista seu projeto de fala. O gênero discursivo, neste caso, reportagem que comunica ciência, exerce papel fundamental nessas escolhas.