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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE RIO DAS RÃS: UM ESTUDO SOBRE SÓCIO-HISTÓRIA E SOCIOLINGUÍSTICA

Autores:
Lécio Barbosa de Assis (UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)

Resumo:

A idealização deste trabalho surgiu da necessidade de contribuir para a definição do perfil sócio-histórico e sociolinguístico da comunidade quilombola de Rio das Rãs, no município de Bom Jesus da Lapa, no oeste do Estado da Bahia, por meio de uma análise variacionista do fenômeno do uso da concordância nominal de número no interior do sintagma nominal na fala dos informantes dessa comunidade. Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, WEINREICH, HERZOG, 2006[1968]; LABOV, 2008 [1972]) e da Socio-histórica (ROMAINNE, 1982), além de outras pesquisas (FERNANDES, 1966; BRAGA, 1977; PONTE, 1979; SCHERRE, 1988; ALMEIDA, 1997, LOPES, 2001; ANDRADE, 2003; GUIMARÃES, 2014 e MEIRA, 2015) objetiva-se descrição científica do uso da concordância nominal de número em constante processo de variação e mudança. O fenômeno da concordância nominal de número é analisado em 3.519 dados retirados de ocorrências reais de fala de 12 homens e de 12 mulheres (nas faixas de escolarização de 0 a 2 anos e 3 a 5 anos; e nas faixas etárias: jovens - 25 a 35 anos, adultos - 45 a 55 anos e idosos - 65 anos ou mais) do corpus estudado. Os dados foram submetidos à análise do programa estatístico GoldVarb-X, estabelecendo relação entre as variáveis extralinguísticas (sexo, faixa etária, escolaridade e estada fora da comunidade ) e das variáveis linguísticas, de acordo com a abordagem atomística ( posição linear do constituinte, posição em relação ao núcleo, classe gramatical, saliência fônica, marcas precedentes e tonicidade). O resultado identificou um baixo índice de aplicação da regra de concordância nominal de número no sintagma nominal, em apenas 24% do total.