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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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Ordem do discurso e Educação: sexualidade no Plano Nacional de Educação

Autores:
Bruno Caetano Felipe da Silva (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo:

Em meados de 2014, durante a discussão do Plano Nacional de Educação (PNE), documento que parametriza a educação a nível nacional pelo período de uma década, a ala retrógada da Câmara dos Deputados, fez circular a expressão “ideologia de gênero”. Tal força política, cunhada como “Bancada Evangélica”, expressa seu conservadorismo em ações contrárias aos avanços sociais tão necessários e urgentes à sociedade brasileira. Nos termos de um dos deputados mais afamados da bancada, o Deputado Federal Marco Feliciano (PSC), a ideologia de gênero seria, “uma construção social da imagem sobre o ser humano”. O objetivo deste trabalho é analisar alguns eventos dos últimos anos da política brasileira que afetam diretamente o Plano Nacional de Educação (PNE), para traçar uma pequena história da construção da sexualidade nos debates da educação. O corpus é constituído a partir de pronunciamentos públicos, projetos de leis, emendas constitucionais, arquivos sonoros que escrevem os trâmites em torno das discussões sobre o Plano Nacional de Educação no cenário político brasileiro, especialmente em 2014. Finalmente, a análise deverá reter-se na discussão sobre o termo “ideologia de gênero” – considerando que gênero não é uma ideologia – e suas interferências nas bases curriculares – a despeito de sua inconstitucionalidade – que são trazidas como materialidades discursivas neste trabalho. O ponto de partida é o pronunciamento público do Deputado Federal Luiz Fernando (PP) que se pronuncia contrario à implementação da palavra gênero no PNE pois este acredita que “na essência do ser humano, existe uma distinção clara, dada pelo criador.”, se voltando para essa tal “essência do ser humano” e da “distinção clara” que encontramos no corpus e sua relação, no campo da analise de discurso, com o sentidos de gênero e o aparelho ideológico escolar.


Agência de fomento:
Unicamp