A partir de uma proposta teórico-metodológica de estudo do estilo do gênero por Discini (2004, 2009, 2010, 2012), temos feito alguns estudos para depreensão do modo de existência e circulação de gêneros digitais (2013, 2014, 2015) da esfera educacional. Esses estudos se baseiam nas componentes básicas do gênero discursivo, segundo Bakhtin (temática, estrutura composicional e estilo), e em categorias do percurso gerativo de sentido da semiótica francesa. Como metodologia para estudo do estilo dos gêneros digitais atualmente desenvolvemos um projeto de pesquisa que tem como objetivo analisar gêneros digitais, de diferentes esferas, para consolidar, negar ou complementar traços que já vimos identificando em estudos anteriores, como: fluidez temporal e espacial determinada pela flexibilidade das tecnologias contemporâneas; intertextualidade estilística com práticas popularizadas pelo uso; simetria e permutabilidade de papéis conversacionais, entre outros. Três gêneros digitais têm sido investigados em pesquisas de iniciação científica, como parte desse projeto: os vlogs, as paródias em vídeos online e as fanfictions. Para construir a metodologia, utilizamos os trabalhos teóricos já citados cotejando no mínimo três exemplares de cada gênero escolhido. Investigamos nesses corpora um modo próprio de dizer do gênero e entre os gêneros digitais, identificando relações entre enunciador e enunciatário, percursos temático-figurativos, configurações da sintaxe discursiva, organização de sujeitos e valores inscritos em objetos, categorias semânticas de base, além de buscar compreender o campo de presença à luz da tensividade. Esses elementos, da semiótica francesa, são contemplados em análises articuladas com as componentes do gênero, já citadas. Os resultados encontrados mostram uma dependência da esfera de atividade, para determinação de efeitos de sentido, do tom do gênero, embora as características mais abrangentes do gênero digital, identificadas estudos anteriores, tenham se mantido até o momento desta pesquisa.