Este trabalho objetiva analisar as representações de sujeito e subjetividades no e pelo discurso literário do escritor contemporâneo Geovani Martins, a partir de sua obra de contos “O sol na cabeça”. Para tanto, buscamos verificar quais engendramos discursivos, acerca das representações de seus referentes, podem ser mobilizados nos dizeres dos alunos do Ensino Médio e de graduação em Letras de uma instituição pública federal do interior do estado de São Paulo e também, a partir do discurso do autor. Morador da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, e nova promessa (e realidade) editorial brasileira, seu lócus de enunciação é condição decisiva em sua criação/produção (FREIRE, 2017). Nesta comunicação, entretanto, trazemos as análises preliminares de nosso projeto de doutoramento, à luz das teorias discursivas (CORACINI, 2007; MILNER, 2000) em que buscamos interpretar como acontecem as relações de sentido, de força desses discursos (FOUCAULT, 1999) em que, observamos, na emergência do discurso dos alunos, desejosos e desejantes de um discurso literário universal, sentidos cristalizados, transparentes e homogeneizantes sobre a favela e seus referentes, em contrapartida ao discurso do autor, que ao interligar em suas representações ideologia, contradição e gestos de interpretação, deixa que sua língua flua, (in)consciente das reflexões crítico-sociais que (pre)tende(mos) problematizar.