Língua escolar: afinal, que língua é essa? | Autores: Verli Fatima Petri da Silveira (UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA) ; Claudia Pfeiffer (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Mariza Vieira da Silva (UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) |
Resumo: Filiando-nos aos estudos produzidos na área de História das Ideias Linguísticas a partir de sua relação com a Análise de Discurso, incideremos sobre o funcionamento de duas políticas públicas no tocante ao ensino da língua portuguesa no Brasil, a saber: a instituição da Base Nacional Comum Curricular e a Reforma do Ensino Médio. Traremos à tela parte dos processos discursivos em funcionamento nas textualidades que as constituem, observando as relações intertextuais e interdiscursivas, refletindo sobre sentidos unívocos e homogêneos que nelas se constituem de modo a contribuir para a discussão sobre a língua portuguesa escolar como um objeto complexo de transmissão de saberes linguísticos, que se faz por meio de instrumentos linguísticos de diferentes naturezas. Essa língua, que vimos chamando de língua escolar, um objeto histórico, constitui-se, por um trabalho contraditório de práticas científicas na relação de tensão e sustentação com práticas pedagógicas, que movimentam sentidos na direção de sua repetição e/ou deslocamento. Isso porque no espaço escolar, as relações entre línguas, além de se darem enquanto relações de sentido e de força, também comparecem, enquanto efeito imaginário, como se houvesse uma única e homogênea língua. Interessa-nos, pois, tencionar aquilo que comparece como evidente em termos de proposição de práticas pedagógicas no que se refere ao ensino de línguas no interior das disputas de sentidos em torno do que se ensina, onde se ensina, para que se ensina a língua portuguesa enquanto uma língua de Estado e enquanto língua escolar.
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