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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Fenimore Cooper, um modelo (ou não) de escritor das Américas para José de Alencar: ficção e crítica em fontes primárias

Autores:
Lucas de Castro Marques (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

Resumo:

No decorrer do “longo século XIX” (HOBSBAWM, 1992), sabe-se que o Ocidente foi palco de uma grande difusão cultural (GRUZINSKI, 2004) devido à circulação de impressos e ideias (CHARTIER, 1994), beneficiada pelos avanços tecnológicos que possibilitaram a intensa propagação de livros e jornais (ABREU & MOLLIER, 2016). Durante essa época, obras de escritores estrangeiros, em língua original ou em tradução, faziam-se cada vez mais presentes em livrarias e bibliotecas de diversos países, bem como figuravam nos textos dos jornais e nas discussões dos críticos literários, e assim estabeleciam e alimentavam o gosto pela ficção estrangeira junto ao público-leitor. No Brasil, esse foi o caso de muitos escritores franceses e de outras nacionalidades, como o norte-americano Fenimore Cooper, cujas obras circularam em livro e em folhetim, além de terem sido avaliadas por importantes críticos literários, tais como Pinheiro Chagas, Araripe Júnior, Joaquim Nabuco e Franklin Távora. Considerando esse contexto, esta comunicação pretende demonstrar de que maneira a circulação e a recepção da ficção de Fenimore Cooper no Brasil contribuíram para que a crítica do século XIX o elegesse como um modelo (ou não) de escritor das Américas para o escritor cearense José de Alencar, talvez pelo fato de ambos terem representado, cada qual em seu tempo e segundo a sua maneira, a vida e a cultura dos índios. Para tal, vasculhamos e analisamos catálogos de livrarias, catálogos de bibliotecas, livros e jornais do século XIX – fontes primárias que nos permitiram pensar como se deu a presença das obras de Cooper, e de que forma a crítica as recebeu e as reconduziu à construção de um modelo de escritor das Américas, no qual os demais literatos do grande continente deveriam se orientar. Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Granja (UNESP/Ibilce – São José do Rio Preto/SP).


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