O presente trabalho é uma análise das estratégias de argumentação utilizadas pela então presidente Dilma Rousseff em seu primeiro pronunciamento público, após ser reeleita nas eleições presidenciais do ano de 2014. Nesse cenário de atípica representatividade da oposição na opinião pública, desde o ano de 2006, temos por objetivo examinar como é construído um discurso para que seja estabelecido um laço comunicacional entre indivíduos que ocupavam diferentes posições no contexto eleitoral. O trabalho justifica-se pela importância que tem a construção dos pronunciamentos de autoridades políticas, quando visam interpelar seus ouvintes em direção a um interesse dominante.  Nesse sentido, os resultados da pesquisa suscitarão para reflexões sobre importância da participação política dos cidadãos, no intuito de provocar olhares críticos ao serem assujeitados por estes pronunciamentos. Para tanto, faremos uso do arcabouço teórico da análise do discurso francesa PÊCHEUX (2004); estabelecendo um diálogo com as referências textuais FÁVERO & KOCH (1988) e as condições de produção OKASABE (1999). Portanto, recorremos a uma pesquisa de caráter qualitativo segundo os postulados de MYNAIO (2002). Constatamos que o discurso de Dilma Rousseff tenta construir uma interseção de ideias com os ouvintes por meio de pressuposições – jogo de antecipações – sobre o contexto, o público, e sobre as suas pretensões com o discurso. Então, por meio disso, observamos sentidos de pluralidade e união que são referenciados durante todo o texto pelo emprego de palavras específicas, visando atender uma finalidade de convencimento e persuasão; pela empatia e unicidade social como forma de levar o público à adesão de suas ideias.