Fa[i]z ou não faz? A ditongação variável diante de /S/ na fronteira Brasil/Paraguai | Autores: Valeska Gracioso Carlos (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) |
Resumo: Esta apresentação descreve a ditongação variável diante de /S/ em coda silábica em monossílabos tônicos, como nos vocábulos paz, três, dez e cruz, na fronteira entre o estado do Paraná-Brasil e departamento de Alto Paraná-Paraguai. Esta pesquisa objetiva investigar a interinfluência da variedade linguística de migrantes do Sul do Brasil, contrastando com os que vieram das outras regiões, como Sudeste e Nordeste. O estudo segue os pressupostos teóricos da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE; THUN, 1996; THUN, 1998; 2000; 2009; 2010), que busca aliar a variação diatópica (horizontal) com a variação diastrática (vertical), convertendo o estudo tradicional da superfície bidimensional em estudo do espaço tridimensional da variação linguística. Os dados foram coletados por meio de entrevista in loco, com informantes brasileiros e paraguaios, totalizando 40 gravações. Para a seleção dos informantes, consideramos as dimensões diassexual, diastrática, diageracional, diatópico-cinética e dialingual. Os resultados foram cartografados em cartas linguísticas pluridimensionais, as quais nos revelaram que as variantes utilizadas pelos entrevistados estão diretamente relacionadas às recentes migrações e ao povoamento das cidades de pesquisa. Verificamos que a ocorrência de ditongação nos monossílabos com sibilantes é característica mais acentuada do falar nortista, enquanto que, no falar sulista, está pouco presente. Ademais, constatamos que as vogais médias são as mais favorecedoras da ditongação, seguidas pela vogal baixa e, finalmente, com papel inibidor, a vogal alta posterior, corroborando, para a variedade pesquisada, resultados referentes a outras variedades da região Sul do Brasil (LEIRIA, 2000; ROCHA; PEREIRA, 2007).
|
|