Esta pesquisa analisou a adequação do tratamento dado ao Outro ao se iniciar um evento de interação verbal no cotidiano de discentes do ensino fundamental. A temática surgiu de uma situação vivenciada pelo presidente francês Emmanuel Macron que repreendeu um jovem que o abordou com o tratamento informal “Manu” em uma cerimônia oficial, segundo a autoridade,   deveria ter sido interpelado por “Senhor presidente da República. Essa experiência trouxe alguns questionamentos acerca do ensino desse assunto nas escolas brasileiras. Ao que parece as formalidades linguísticas propostas pela tradição perderam o sentido respeitoso e cortês, tornando-se um uso pejorativo que deve ser evitado pelos jovens nos tempos hodiernos, na escola brasileira. O objetivo foi investigar e analisar a produtividade dos usos linguísticos e sua adequação à situação de comunicação e a implicação do seu ensino na escola. O embasamento  teórico vem da Linguística Funcional Centrada no Uso: mudança linguística, informatividade, prototipicidade, marcação, metáfora e discursivização. Trata-se de uma pesquisa sincrônica de cunho qualitativo-interpretativo com suporte quantitativo. As amostras que constituem o corpus provêm de produções escritas de alunos do ensino fundamental. O corpus foi constituído por amostras provenientes de 60 textos produzidos em sala de aula de ensino fundamental. Os resultados parciais evidenciaram que os jovens parecem desconhecer, menosprezar ou ignorar o uso das formas de tratamento no trato social. Suas escolhas lexicais ao interpelar seus pares são informais e quando se dirigem a outro cuja função hierárquica exija maior formalidade o único termo que emerge é “Senhor(a). Concluímos que esse tema seja mais discutido na sala de aula de língua portuguesa, considerando que se trata de um código social que ao ser transgredido, pode causar prejuízos nos relacionamentos humanos.