Funções discursivas da aposição encapsuladora | Autores: Rosângela do Socorro Nogueira de Sousa (UFPA - Universidade Federal do Pará) |
Resumo: A comunicação que ora se apresenta visa discutir parte dos resultados obtidos nas pesquisas desenvolvidas em minha tese de doutoramento sobre o comportamento da estrutura chamada, tradicionalmente de aposto de oração, a qual denominamos aposição encapsuladora. A pesquisa se desenvolveu na interface entre sintaxe, no âmbito da Gramática Discursivo-Funcional (GDF), que nos permitiu observar essa estrutura como Ato Discursivo independente conforme Hengeveld e Mackenzie (2008), e a Linguística Textual, a partir do conceito de encapsulamento de Apothéloz (1995) e Conte (1996). A hipótese que ensejou o trabalho foi a de que o tradicionalmente chamado ‘aposto de oração’ é uma estrutura discursivamente motivada e assume funções discursivas tais como introduzir informação de fundo que evite surgir lacunas na informação do interlocutor ou acrescente informações valorativas que direcionam o ponto de vista do interlocutor. Optou-se por descrever essa estrutura sob a denominação de relativas sem cabeça ou não nucleadas, conforme proposto pela GDF, e determinou-se que essas estruturas tem caráter atributivo. Do ponto de vista formal, essas estrutura apresentaram configuração pronome demonstrativo + oração adjetiva restritiva, normalmente encapsulando Estado-de-Coisas. O recorte apresentado neste trabalho apresenta uma análise qualitativa das funções discursivas das estruturas em questão, baseada em um corpus composto de 108 ocorrências advindas de artigos de opinião publicados na Folha de S. Paulo, entre os anos de 2006 a 2010. A pesquisa aponta, a priori, cinco funções discursivas: Avaliação, Explicação, Desdobramento, Constatação/Ratificação, Conclusão. No entanto, a pesquisa não observou outros contextos de usos dessas estruturas, sendo possível uma ampliação desse número de funções discursivas.
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