OS FIOS DA MEMÓRIA NA TESSITURA DE UM OFÍCIO: narrativas orais de agricultoras e marisqueiras do Rio do Engenho (Ilhéus/Bahia)
| Autores: Gisane Souza Santana (UFBA - Universidade Federal da Bahia) |
Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar as narrativas orais de agricultoras e marisqueiras do distrito rural do Rio do Engenho, que são produzidas no cotidiano da comunidade, nas suas práticas simbólicas. Trata-se de um estudo desenvolvido interdisciplinarmente no espaço da Literatura Comparada onde são estabelecidas convergências conceituais da teoria e crítica literárias, da nova história e dos estudos da cultura. Para as discussão dos conceitos teóricos, toma-se as questões sobre performance (MARTINS, 2002; ZUMTHOR, 2000; ), observando-se as reflexões sobre a memória (FERREIRA, 2004; NORA, 2004) e práticas simbólicas (CERTEAU, 1998; IPHAN, 2000). Por meio da pesquisa de campo, foram feitas a recolha dos relatos e depoimentos através do método da história oral (PORTELLI, 1989). O tratamento desses relatos e depoimentos foi fundamentado na concepção de testemunho (MOREIRAS, 2001; LEMAIRE, 2002). A pesquisa permitiu verificar que as narrativas orais podem ser entendidas como uma síntese de processos sociais e culturais, de um passado compartilhado pela comunidade; podem ser consideradas como representação das práticas cotidianas, das tradições e vivências coletivas. Assim, essas narrativas são expressões literárias consideradas lugares de memória (NORA, 2004) por suas referências simbólicas e culturais. O estudo pretende como resultado contribuir para dar visibilidade à literatura oral dos remanescentes dos primeiros núcleos de ocupação da antiga capitania hereditária de São Jorge dos Ilhéus.
Agência de fomento: FAPESB |
|