RESUMO: Esta apresentação quer problematizar algumas vozes que são caladas e abafadas no contexto, sob a égide das políticas públicas de inclusão do aluno surdo em sala de aula, as quais funcionam como instrumento de governamento e exclusão linguística, por tratar de forma inexpressiva todas as questões que envolvem o letramento de alunos surdos nas escolas públicas, em especial, no nosso país. A metodologia utilizada foi a entrevista semiestruturada com mães de alunos surdos num munícipio do Estado de São Paulo, as vozes de uma dessas mães e de um desses sujeitos são trazidos à tona para comparação, uma vez que este foi acompanhado no ano de 2012, é possível perceber num recorte de sua escrita publicada numa rede social neste ano de 2018, seus modos de percepção enquanto sujeito surdo e a constituição de sua identidade a partir do atendimento bilíngue num dado momento na escola, do contato com a Língua de Sinais e a comunidade surda. O arcabouço teórico a partir de alguns textos de Michel Foucault, Stuart Hall e Tomaz Tadeu Silva, entre outros, sustentam esta discussão. Os resultados ainda parciais mostram como o não domínio da escrita da Língua Portuguesa pelo surdo, não o desqualifica no mundo ouvinte e pode sim, ser tomada como um grito de pessoas (in)fames que carecem de melhores formas de letramento e avaliação no registro escrito em diferentes contextos.