O objetivo do trabalho é apresentar os resultados de uma pesquisa sobre legendagem intralinguística (português↔português) aplicada a produtos audiovisuais brasileiros, com finalidade de apoiar o processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa do aluno estrangeiro no contexto universitário. Nosso público-alvo foram os alunos estrangeiros da Unesp, campus de Bauru.
Tal pesquisa se baseou em projetos realizados por VILLELA (2014 e 2017) que demonstraram os benefícios do uso de legendagem intralinguística no ensino de língua inglesa para alunos de Cursos de Comunicação.
Consideramos a adoção da legendagem intralinguística como apoio imprescindível para o estudante estrangeiro que é admitido em intercâmbios das universidades brasileiras, mas que não possui conhecimento suficiente da língua portuguesa.
A convivência com alguns estrangeiros nos cursos de Comunicação da Unesp permitiu que detectássemos suas dificuldades em compreender vídeos e áudios apresentados nas disciplinas dos cursos. A partir desse contato, elaboramos um projeto focado em legendagem de gêneros diferentes: entrevistas, matérias jornalísticas, videoclipes e curtas-metragens.
Nossa fundamentação teórica é composta por bibliografia da área de Tradução Audiovisual e de Ensino-Aprendizagem de Línguas, dentre eles, ROMERO-FRESCO (2016), DÍAZ-CINTAS (2005) e MATIELO, R. (2016).
Contamos com a participação de bolsistas de Projeto de Extensão capacitados para elaborar legendas nos padrões aceitos no Brasil e na Europa. Escolhemos gêneros diferentes para poder avaliar se o tipo de material audiovisual influencia na compreensão da língua portuguesa. Também elaboramos legendas em cores distintas para verificar a cor preferida pelos estrangeiros. Para realizar as legendas, utilizamos softwares livres usados em vários países. Apresentamos os vídeos legendados e aplicamos os questionários para estrangeiros que frequentam cursos variados de graduação.
Esperamos que os resultados da pesquisa contribuam tanto para os alunos estrangeiros, como para os docentes que os recebem em sala de aula, pois a maioria não é orientada em como oferecer facilitação linguística para o universitário estrangeiro.