Este artigo propõe uma reflexão sobre o uso de escalas para a pesquisa sociolinguística, no contexto da globalização. Parte do questionamento sobre como essa categoria de análise pode contribuir para o trabalho da Sociolinguística no século XXI, tendo em vista as grandes mudanças ocorridas no uso de recursos linguísticos em tempos de grande mobilidade de pessoas e textos. O objetivo proposto é o de apresentar uma síntese sobre o conceito de escala, a partir de contribuições de Blommaert (2010) e Kell (2009; 2015), com algumas considerações sobre seu uso na prática sociolinguística. Para tanto foi realizada uma análise de cunho bibliográfico envolvendo esses autores, contextualizando a sociolinguística em tempos de globalização e destacando as perspectivas de escalas verticais e horizontais e suas implicações para o pesquisador. Considera-se importante a renovação teórica e metodológica para acompanhar os fenômenos sociolinguísticos no século XXI, e o uso de escalas, como categoria de análise, torna-se uma ferramenta fundamental dentro da prática etnográfica por acompanhar, na prática, as trajetórias e movimentos das pessoas e de textos e suas relações no espaço e no tempo. Destaca-se a necessidade do envolvimento ético do pesquisador, sem contudo desvalorizar ou apagar o êmico dos dados e de sua análise.