Esta pesquisa aborda a variação linguística no sul do Estado do Pará, especificamente no município de Redenção, considerando o contexto de seus 35 anos de emancipação: uma realidade marcada por um forte fluxo migratório de sujeitos de toda parte do Brasil, especialmente das regiões Sudeste e Nordeste. Dentre uma de tantas variantes presentes no português, esse trabalho se volta para a ocorrência do /r/ retroflexo, tendo em vista a presença de mineiros, goianos e paranaenses na região, cujas falas apresentam a variante em questão, e a falta de estudos sobre esse fenômeno no sul do Pará. O objetivo, portanto, é descrever e analisar a ocorrência dessa variante em sujeitos nativos de Redenção – PA, tendo por base os pressupostos da Sociolinguística Laboviana. A proposta adota a perspectiva da decolonialidade baseada em Mignolo (2008, 2009) e Restrepo e Rojas (2010), na qual pretende considerar os sujeitos geo-policitamente e historicamente situados, destacando suas epistemes e culturas, aqui consideradas desvalorizadas tanto numa dimensão regional quanto nacional. Pretende-se assim, contribuir para uma sociolinguística que leve em consideração os sujeitos e suas histórias, suas epistemes e relações com o lugar de onde falam, destacando quais efeitos sociais influenciam na produção ou não da variante /r/ retroflexo no município de Redenção. Esta pesquisa ganha importância ao voltar sua atenção para uma região do Brasil marcada pela heterogeneidade demográfica e diversidade linguística, porém ainda carente de estudos que abordem essa realidade. Além disso, traz grande contribuição para a pesquisa no sudeste paraense, uma vez que se volta à compreensão da identidade linguística na cidade de Redenção.