Este estudo trata a temática “justiça social e o ensino de língua” na formação de professores de português no interior da Amazônia paraense, Brasil. Localizado no debate sobre língua, currículo e formação de professores para justiça social (FPJS), o seu propósito é contribuir para uma formação de professores de português mais comprometidos socialmente, conscientes do papel da língua e de seu exercício profissional na transformação social, principalmente no contexto de desigualdade social, exploração e violência do interior do Pará. O estudo fundamenta-se nos trabalhos sobre FPJS de Cochran-Smith, M. (2009), Zeichner (2016, 2008), entre outros. Defende uma perspectiva crítica e emancipatória de educação (Freire 1996; Habermas 1984) e realiza-se no quadro de paradigma interpretativo, de natureza qualitativa, numa investigação participativa de tipo estudo de caso. O estudo apresenta alguns resultados das práticas formadoras da primeira autora, formações essas que vêm sendo realizadas, ao longo dos anos, com os alunos do curso de Letras – Língua portuguesa, oferecidos pela Universidade Federal do Pará, no interior do estado do Pará. Os resultados, baseados na análise de diferentes artefatos produzidos pelos alunos em formação, mostram que: (i) é necessário aprofundar a discussão sobre língua e seu poder social transformador dentro do currículo de formação e ao longo do curso; (ii) encarar a temática da língua como instrumento de transformação social motiva os alunos, futuros professores, que se encontram desesperançosos com a docência e seus desafios; e (iii) encarar a temática como modo de ressignificação dos processos de ensino e de aprendizagem de língua, formando sujeitos mais comprometidos e responsivos socialmente.