Intolerância linguística e ensino de língua portuguesa: reflexões sobre preconceito linguístico na redes sociais | Autores: Ediene Pena Ferreira (UFOPA - Universidade Federal do Oeste do Pará) |
Resumo: Este trabalho pretende fazer uma reflexão sobre preconceito linguístico nas redes sociais. Partimos do pressuposto funcionalista de que a língua é um instrumento de interação social sujeita a pressões de uso. Dessa forma todas as variedades desta língua são legítimas não cabendo juízo de valor em relação a estas. A compreensão equivocada de que uma dessas variedades é certa leva à estigmatização das demais gerando preconceito linguístico. Embora a ciência linguística venha contribuindo com os professores e alunos dos cursos de Letras, para repensar a concepção de língua e de ensino desta e, com isso, a noção de erro, parece que as discussões ainda não foram suficientes para provocar mudanças na mentalidade de alunos e professores sobre o fenômeno linguístico. Podemos observar o comportamento preconceituoso, em relação à linguagem, de alguns usuários das redes sociais. As mídias sociais passaram a ser um grande tribunal no qual qualquer usuário pode ser juiz e a sentença é sempre impetrada contra aquele que parece fugir a um modelo pré-estabelecido pela sociedade. Para refletirmos sobre o assunto, recolhemos, ao longo dos anos de 2016 e 2017, postagens com conteúdos de teor preconceituoso divulgadas na rede social facebook. As postagens nos fizeram indagar que valores estão sendo repassados em sala de aula por profissionais que, mesmo tendo conhecimento das discussões em torno dos usos da língua, legitimam o preconceito linguístico. Apontamos no trabalho algumas atitudes que um profissional comprometido deve tomar face as postagens preconceituosas das redes sociais.
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