A indeterminação do sujeito nos livros didáticos: encontros e desencontros | Autores: Valter de Carvalho Dias (IFBA - Instituto Federal da Bahia) |
Resumo: A indeterminação do sujeito, termo empregado pelas Gramáticas Tradicionais, é entendido aqui como a indeterminação do referente, ou seja, o agente da ação verbal que se encontra em um contexto externo ao linguístico, compartilhando do mesmo mundo concreto que os falantes participantes da interação verbal no ato de comunicação. E isso acontece intencionalmente, por não poder ou não querer nomeá-lo, podendo ser recuperado a qualquer momento ao longo da interação (MENON, 2006, p. 129). Inúmeras pesquisas no Brasil, nas mais variadas regiões, tem se debruçado a descrevê-lo a partir de corpora orais, tais como: Souza (2014), Carvalho (2010), Ponte (2008), Santana (2006), Godoy (1999), Setti (1997), Menon (1994), Cunha (1993), Rollemberg (1991) e Milanez (1982); e de corpora escritos, como: Dias (2017), Campos (2010), Vargas (2010), Faggion (2008), Pontes (2008), Cavalcante (1999) e Nunes (1990). Independente da modalidade da língua investigada, esses estudos revelaram que há um descompasso entre o que é prescrito pelas gramáticas normativas, e, consequentemente, o que se observa em alguns livros didáticos voltados para o Ensino Médio, e a realidade linguística brasileira. Dessa forma, a partir dos pressupostos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1978), o presente estudo pretende analisar criticamente alguns livros didáticos de português utilizados no Ensino Médio, participantes do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, de modo a delinear possíveis práticas que possam contribuir para o enriquecimento das aulas de português, sem desconsiderar a tradição gramatical, mas levando-se em conta não só as pesquisas científicas, mas também outras gramáticas que buscam descrever o português brasileiro.
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