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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A REDAÇÃO, A COMPOSIÇÃO E A PRODUÇÃO TEXTUAL NA ESCOLA: UMA ANÁLISE DOS TRÊS TERMOS EM TRÊS TEMPOS

Autores:
Luiz Eduardo Mendes Batista (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo:

Nosso objetivo principal neste trabalho é analisar o percurso histórico das propostas de ensino-aprendizagem de língua portuguesa no Brasil por meio do que hoje se convenciona chamar de produção textual. Para isso, elegemos três momentos decisivos, pós-proclamação da República, em que se apresentaram políticas educacionais no Brasil: o primeiro, refere-se à promulgação, no governo Vargas, da Reforma de Capanema (BRASIL, 1942); o segundo refere-se à publicação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – (BRASIL, 1961) e da posterior Resolução de 1971, que fixou diretrizes curriculares gerais para o 1º e 2º graus; o terceiro e último momento refere-se à publicação da nova LDB (BRASIL, 1996), pós-redemocratização no Brasil, que propiciou a construção de novas diretrizes curriculares como os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – (BRASIL, 1998) e a Base Nacional Comum Curricular – BNCC – (BRASIL, 2017). A fim de verificarmos como tais políticas educacionais foram, de algum modo, absorvidas, buscaremos analisar as propostas de elaboração de textos em três livros didáticos correspondentes a cada um dos períodos citados. De modo geral, a partir dos anos 80, a elaboração de textos na escola, atividade que passa a ser nomeada desde então como produção textual, em oposição aos termos redação e composição, ganha centralidade no ensino de língua materna, chegando, no fim dos anos 90 e na duas primeiras décadas do século XXI, às atuais propostas de produção por meio de gêneros discursivos/ textuais, especialmente as de ancoragem bakhtiniana. De qualquer modo, quando estabelecemos certas comparações entre as antigas e as novas propostas, percebemos que ainda há muito o que se avançar para se afirmar que houve de fato uma ruptura com os padrões ditos tradicionais.