A pesquisa sobre as crenças e visões de aprendizes mostra que aprendizes de línguas estrangeiras (LE) consideram que o estudo formal da gramática é importante (Schulz, 1996), inclusive o estudo isolado de formas gramaticais (Spada & Lima, 2015). Aponta-se também que essas crenças podem estar relacionadas à cultura de origem dos aprendizes (Schulz, 2001; Spada & Lima, 2015) ou à língua estudada (Loewen & al., 2009). No entanto, sabe-se pouco a respeito das percepções dos aprendizes de línguas de herança (LH) em relação à instrução gramatical. Um estudo qualitativo sobre a instrução de espanhol LH (Schwarzer & Petrón, 2005) inclui as opiniões dos três participantes sobre aulas de gramática: a instrução gramatical explícita não lhes era útil. De fato, aceita-se que o ensino de LH deve ser distinto do ensino de LE (Beaudrie, Ducar, & Potowski, 2014; Parodi, 2008; Valdés, Lozano, & García-Moya, 1981). Assim, esta comunicação pretende discutir 1) que tipo de instrução os aprendizes de português LH e LE preferem (isolada ou integrada a outras habilidades) e 2) se os aprendizes creem que a instrução gramatical explícita contribui para o seu desenvolvimento linguístico. A discussão parte dos resultados de um questionário distribuído entre alunos matriculados em cursos de língua portuguesa no nível universtiário. Os resultados sugerem que os aprendizes de LH tendem a preferir o ensino da gramática inegrado a outras habilidades, enquanto os alunos de LE não demonstram uma preferência clara. A apresentação inclui também considerações a respeito das implicações dos resultados para a pesquisa em LH (especialmente português LH), assim como práticas pedagógicas que podem otimizar oportunidades criadas a partir de atividades gramaticais desenvolvidas para os dois tipos de aprendizes.