Metodologias de Ensino Passivas e Imperecíveis no Ensino da Literatura | Autores: Carlos Ceia (NOVA FCSH - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) |
Resumo: Da minha experiência em desenvolvimento curricular a nível nacional e de muitos anos supervisionando programas de formação de professores em todos os níveis de educação em Portugal e noutros locais, sou forçado a concluir que a maioria dos professores não mudam ou atualizam as suas metodologias de ensino durante a maior parte das suas vidas profissionais. Estou convicto de que este é um problema maior no ensino de línguas (estrangeiras, não maternas e maternas) e que dificilmente se pode corrigir por via legal ou por reforma profunda dos modelos de formação. Testemunhei muitas reformas curriculares nos últimos trinta anos, mas nenhuma direccionada para mudanças efetivas na forma como devemos ensinar literatura. Nesta comunicação, vou tentar focar-me na necessidade de projectar uma grande reforma das metodologias de ensino, tanto nos cursos de mestrado em ensino (formação inicial de professores) como nos cursos ao longo da vida para professores em serviço. Num momento em que em Portugal se introduzem as "aprendizagens essenciais", após a consagração de um modelo curricular baseado em princípios sólidos para uma "educação literária", urge reflectir sobre a forma como se executa o processo de ensino, o que inclui desafiar a rotina de matrizes de avaliação que se apoiam em modelos que conduzem não à reflexão sobre a literatura mas à passividade eternizada de certos modelos de ensino que se apresentam como soluções infalíveis.
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