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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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Nomes para o órgão sexual feminino à luz do cognitivismo: interfaces entre gênero, tabu e preconceito

Autores:
Patrícia Oliveira de Freitas (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo:

Em pesquisa realizada para mestrado (FREITAS, 2017), observaram-se os processos cognitivos subjacentes à construção de significados em piadas com emprego de nomenclatura popular para a vulva e o pênis. Esse estudo baseou-se na ideia de que as restrições morais afetam o uso do léxico em relação aos órgãos sexuais, já que algumas partes do corpo são tabus. Nesse contexto, defendeu-se a ideia de que a integração conceptual é o processo que permite a união de vários domínios cognitivos que revelam a criatividade do pensamento de modo a lidar com os tabus, criando eufemismos para contornar o significado e ocasionando a aceitação social dessas palavras/objetos afetados por interdições morais. Além disso, tais designações alternativas demonstram a atitude de falantes do português do Brasil que, ao minimizar e contornar os aspectos tabuizados do léxico relacionados ao conhecimento do órgão feminino, ratificam a proeminência da figura masculina, especialmente do órgão sexual masculino. Continuando a pesquisa em doutorado, objetiva-se observar a conceptualização dos nomes para a vulva a partir de uma perspectiva feminista da construção de gênero, levando-se em consideração valores culturais e experienciais subjacentes às metáforas do pensamento que geram denominações de valor depreciativo. Como corpus de análise, utiliza-se a lista de nomes para a vulva disponibilizada pelo site Desciclopédia, cujo repertório expressa um quantitativo de 3940 designações.