O presente trabalho é uma proposta de reflexão sobre as especificidades inerentes à relação entre educação de surdos, culturas surdas e as diversas identidades construídas e reconstruídas neste processo interacional. Além disto, compreendendo que a pessoa surda possui uma perspectiva visual-gestual de mundo e, como sendo integrante de uma comunidade linguística distinta, que faz uso da língua de sinais, que, no caso do Brasil, a Libras é a língua de herança de muitos surdos (QUADROS, 2017), que, por sua vez, é estruturada de forma tão complexa quanto às línguas orais-auditivas, observamos que os ambientes educacionais, nos quais os surdos estão inseridos, precisam ser pensados, também, a partir do conhecimento de mundo do educando surdo. Existem ainda alguns fatores importantes que devem ser considerados quando se trata da pessoa surda: a língua ou as línguas (as suas diversas variedades e modalidades) em relação a aspectos sociais, políticos, históricos e econômicos: quando especificamos a modalidade escrita do português na escola, os surdos terão dificuldades em desenvolver por se tratar de uma variedade não adquirida em ambientes naturais de aquisição linguística e que, portanto, há necessidade de uma metodologia específica. Desta maneira, analisamos, a partir de uma pesquisa bibliográfica, algumas características da inter-relação entre surdez, culturas e identidades no contexto de educação formal de surdos, na tentativa de se refletir sobre as possíveis adequações pedagógicas que devem ser pensadas pelo professor quando este possui alunos surdos em suas turmas regulares.